Implicações socioambientais do desenvolvimento econômico
DOI:
https://doi.org/10.33836/interacao.v22i2.365Palavras-chave:
Economia, Direito, Meio Ambiente, SociedadeResumo
Este artigo tem como objetivo investigar as relações que permeiam a vida humana e as práticas ambientais, as quais, desde a era moderna, estão constante e diretamente associadas aos discursos e práticas jurídicas e econômicas. Nas sociedades contemporâneas, o capital, os bens patrimoniais e o lucro assumem a condição de protagonista de um pressuposto de vida a ser alcançado a qualquer custo pelos indivíduos. Os Estados, sob tais condições, encontram-se cada vez mais pressionados e coagidos pela dinâmica da economia “financeirizada” e reduzidos à condição de agências garantidoras de contratos de remuneração com o capital financeiro global. Demonstram ausência de compromisso com políticas públicas qualitativas inerentes à saúde, à segurança, à educação e ao meio ambiente equilibrado. Nessa direção, em benefício do acesso aos créditos dos investidores os Estados são compelidos a não aplicar ou desregulamentar questões socioambientais, entre outras iniciativas inerentes aos direitos fundamentais da população brasileira. Em consequência, constituem-se novas formas de mal-estar social ligadas à alienação humana, à solidão, à insegurança, à quebra das relações familiares e comunitárias, às desestruturações profissionais, ao individualismo, ao estresse afetivo, bem como à competição agressiva, gerando, consequentemente, visíveis prejuízos decorrentes do balanço geral do desenvolvimento integral. A presente pesquisa foi desenvolvida com base em metodologia bibliográfica e documental. Está fundamentada em vasta referência teórica presente nas obras dos filósofos Giorgio Agamben e Michel Foucault, bem como em livros e artigos de alguns de seus comentaristas do solo brasileiro.
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