Interfaces entre o Feminismo Camponês e Popular e a Agroecologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33836/interao.v27i1.947

Palavras-chave:

Agroecologia, Feminismo Camponês e Popular, Igualdade de gênero, Movimento de Mulheres Camponesas

Resumo

Este texto tem como objetivo refletir sobre o Feminismo Camponês e Popular em interface com a Agroecologia, a partir das ações do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão bibliográfica e se baseia em uma análise qualitativa das ações do movimento no período de 2015 a 2022, expressas em cartilhas, livros e no site do MMC. O estudo apresenta um recorte de uma Dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), no campus de Laranjeiras do Sul/PR. O foco reside em compreender de que forma a Agroecologia está presente no Feminismo Camponês e Popular do referido movimento. Como resultados, observa-se que a interface entre o Feminismo Camponês e Popular e a Agroecologia representa uma abordagem transformadora para a promoção de justiça social e ambiental no campo. Conclui-se que as ações do MMC neste período fortaleceram a Agroecologia como uma prática social e cultural, destacando o Feminismo Camponês e Popular como essencial para a sustentabilidade ambiental e social. O movimento tem dado visibilidade ao trabalho das mulheres, reconhecendo-as como protagonistas das práticas agroecológicas.

Biografia do Autor

Liria Ângela Andrioli, Universidade Federal da Fronteira do Sul - UFFS/PR

Doutora em Educação nas Ciências pela Unijuí. Professora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Laranjeiras do sul/PR.

Gracieli Cristiani Schroeder Castilho, Universidade Federal da Fronteira do Sul - UFFS/PR

Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Laranjeiras do Sul/PR.

Referências

ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. – 4.ed. 2004.

ANDRIOLI, L. A.; SOARES, M. A. S. A utopia de um outro mundo possível nas relações humanas. In: ANDRADE, E.; ANDRIOLI, L. Â.; FRANTZ, W. (Orgs.). Educação no contexto da globalização: reflexões a partir de diferentes olhares. Ijuí: Ed. Unijuí, 2013. 168 p. (Coleção educação popular e movimentos sociais).

BARBOSA, Y. R. S.; LERRER, Débora F. Organização, trabalho e cuidado: uma trajetória de mulheres camponesas no oeste de Santa Catarina. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, 38(2), 88–101. https://doi.org/10.37370/raizes.2018. v38.12.

BARBOSA, I. S. Auto-organização das mulheres para unificação da classe trabalhadora. CONSULTA POPULAR. Cadernos de Debates: rumo à IV Assembléia Nacional, v. 2. 2010.

BARROS, E. A. de Almeida. Mulheres camponesas e seus quintais agroecológicos: diálogo de saberes em defesa da vida. Tese de Doutorado. Unicamp, 2018.

BETTO, J.; PICCIN, M. Botton. Movimento de Mulheres Camponesas (MMC/SC) e o percurso de sua luta feminista. Amerika. Mémoires, identités, territoires, n. 16, 2017.

BONI, V. MMC um movimento camponês e feminista. Revista Grifos, v. 22, n. 34/35, p. 67-88, 2017.

CALAÇA, M. Feminismo camponês popular: contribuições à história do feminismo. RURIS (Campinas, Online), v. 13, n. 1, p. 29-66, 2021.

CALAÇA, M. K. A. dos S., CONTE, I. I., & CINELLI, C. (2018). Feminismo camponês e popular: uma história de construções coletivas. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 3(4), 1156–1183. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n4p1156.

CHÃ, A. M. Agronegócio e indústria cultura: estratégias das empresas para a construção da hegemonia. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

CAPORAL, F. R.; Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a transição a agriculturas mais sustentáveis. Francisco Roberto Caporal – Brasília: 2009.

CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: alguns conceitos e princípios. Brasília: MDA/SAF/DATER-IICA, 2004.

CARRASCO, L. K. Por que casamos com quem casamos? Edipucrs, 2003.

CINELLI, C. Movimento de Mulheres Camponesas: 30 anos de história na construção de novas relações. Grifos, v. 22, n. 34/35, p. 37-49, 2014.

CINELLI, C. O educativo na experiência do Movimento de Mulheres Camponesas: resistência, enfrentamento e libertação. Tese de Doutorado UFRGS, 2016.

CONTE, I. I. Aprendizados da luta: mulheres camponesas do Brasil e indígenas do México. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.

CRUZ, T. A. A caminhada de organização do movimento de mulheres camponesas do Brasil na luta em defesa da vida. Anais... Seminário Internacional Fazendo Gênero, v. 10, 2013.

GADELHA, R. R. Agroecologia e ecofeminismos: interfaces para o desenvolvimento sustentável. Interfaces Científicas-Humanas e Sociais, v. 8, n. 3, p. 207-220, 2020.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2022.

GLIESSMAN, S. R. Agroecosystem sustainability: developing practical strategies. CRC Press, 2000.

KARAM, K. F. A mulher na agricultura orgânica e em novas ruralidades. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 12 n. 1, p. 303-320, jan./abr. 2004.

MENEGAS, C. K. R. Mulheres camponesas, agroecologia e cotidiano: um estudo de caso do Assentamento Oito de Junho de Laranjeiras do Sul/PR sob o aspecto do desenvolvimento rural sustentável. Dissertação de Mestrado UFFS, 2021.

MESQUITA, R. N.;. SILVA, M. G. S. N.; Feminismo (S) rural (IS) em Tela–contribuições do movimento de mulheres camponesas do ACRE para o empoderamento feminino nos pas rurais Antônio de Holanda e Espinhara II no município de Bujari–ACRE. Revista Caribeña de Ciencias Sociales (RCCS), n. 6, p. 91, 2019.

MURACA, M. Práticas pedagógicas populares, feministas e decoloniais do Movimento de Mulheres camponesas em Santa Catarina. Uma etnografia colaborativa. Tese de Doutorado. UFSC. 2015.

PEREIRA, D. M. Sem porta-voz na rua, sem dono em casa: as lutas do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC Brasil) pelo direito a uma vida sem violência. 2015.

PETERSEN, Paulo. Agroecologia: um antídoto contra a amnésia biocultural. In: Memória Biocultural: A importância ecológica das sabedorias tradicionais. 1a ed. São Paulo: Expressão Popular (2015): 272.

PINHEIRO, L. S. Movimento de mulheres camponesas: uma análise das relações de classe, raça e sexo na construção do feminismo camponês popular. In: Anais... Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais 2019.

PIOVESAN, B. F. Insurgências jurídicas no Movimento de Mulheres Camponesas: o feminismo camponês e popular e a reprodução social. Dissertação de Mestrado, UFSC, 2021.

QUEIROZ, M. A. C. A difusão da agricultura orgânica de base agroecológica: uma discussão sobre as experiências de Río Cuarto (Argentina) e Seropédica (Brasil). Tese de Doutorado, UFRRJ, 2014.

ROCHA, V. O. O protagonismo das mulheres agricultoras do Assentamento Água Branca: trajetória de trabalho e organização social em Manaus-Amazonas. 2019.

RODRIGUES, S. M. R. Agroecologia e sua materialidade na vida das mulheres camponesas. In: Pulga, Vanderléia Laodete; et al. (Orgs.) Mulheres camponesas: semeando agroecologia, colhendo saúde e autonomia. Porto Alegre: Rede UNIDA, 2018.

SANTOS, D. F. dos; O feminismo e os movimentos autônomos de mulheres rurais: o Movimento de Mulheres Camponesas MMC e suas práticas feministas. Trabalho de Conclusão de Curso, Unila, 2018.

SCHNEIDER, C. O. et al., Mulheres rurais e o protagonismo no desenvolvimento rural: um estudo no município de Vitorino, Paraná. INTERAÇÕES, Campo Grande, MS, v. 21, n. 2, p. 245-258, abr./jun. 2020.

SILIPRANDI, E. Mulheres e agroecologia: transformando o campo, as florestas e as pessoas. Editora Ufrj, 2015.

SILVA, A. O. et al. Agroecologia e resistência: os significados das práticas agroecológicas no Assentamento Padre Gino. 2019.

SILVA, V. I. Classe camponesa: modo de ser, de viver e de produzir. Porto Alegre: Padre Jósimo, 2014.

Downloads

Publicado

2025-02-06

Como Citar

Andrioli, L. Ângela, & Castilho, G. C. S. (2025). Interfaces entre o Feminismo Camponês e Popular e a Agroecologia. Interação - Revista De Ensino, Pesquisa E Extensão, 27(1), 1–16. https://doi.org/10.33836/interao.v27i1.947